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Cão-guia

O cão-guia para cegos é um animal, geralmente de raça retriever do labrador, que é educado durante dois longos anos para conduzir o seu dono em segurança nas suas deslocações. Este dedicado companheiro de quatro patas evita que o cego choque com os obstáculos, ajuda-o a encontrar a entrada dos locais para onde pretende dirigir-se, procura um multibanco ou um telefone público, encontra a passadeira para peões e até impede que pise poças de água e excrementos de outros animais.

O animal guia a pessoa pelo meio dos passeios ou plataformas de estações ferroviárias, mantendo-a afastada da estrada ou da berma do cais. Evita todos os obstáculos com que o dono possa colidir, quer os que se encontram à altura do solo, como carros mal estacionados, postes, pessoas e até excrementos de outros animais, quer os que ameaçam a cabeça do cego, como ramos de árvores, por exemplo.

Desvia-o dos buracos no pavimento, escolhe o piso menos acidentado, evita que a pessoa cega pise as poças de água. Procura-lhe um lugar vago no autocarro ou num café, leva-o até ao balcão de atendimento nos estabelecimentos comerciais, encontra-lhe a máquina multibanco ou telefone público mais próximos, localiza as passadeiras para peões e impede que o dono atravesse a rua quando estão carros a passar.

O utilizador de cão-guia não deve exercer nenhuma influência sobre a pega do arnês. Apenas tem que segurá-la e interpretar os sinais que o cão lhe dá através do seu corpo: é assim que pode calcular, por exemplo, a altura dum degrau, mediante a inclinação do corpo do labrador quando o desce.

Mas para além de todo o trabalho que realiza, , o cão-guia é ainda uma excelente companhia, que contribui para alterar a postura cabisbaixa do cego, caminhando com a bengala pela rua. É fator de aumento de auto-estima e representa uma extraordinária melhoria na qualidade de vida da pessoa cega, ao nível da sua autonomia independência.

Qual cão

Não é qualquer animal que está à altura de desempenhar este papel. É preciso que tenha uma boa capacidade de aprendizagem, não só no que diz respeito à quantidade de informação que consegue interiorizar mas sobretudo no que se refere à capacidade de registo, ou seja, é necessário que não esqueça o que aprendeu.

Não pode apresentar qualquer sinal de agressividade, porque isso prejudicaria tanto a sua relação com o utilizador cego como a relação deste com as outras pessoas.

Tem que revelar bons índices de obediência e ser um cão mais submisso do que autoritário, para que o seu único critério para desobedecer ao dono seja evitar que ele ponha em perigo a sua segurança.

É preciso que tenha uma boa capacidade de adaptação a novas circunstâncias porque, nomeadamente ao nível do número de pessoas a quem se subordinará, irá conhecer uma família de acolhimento, que o socializará nos seus primeiros meses de vida, um educador, que lhe ministrará o treino específico e, finalmente, o utilizador cego. Quanto a ambientes, depois de ter sido educado e treinado num determinado lugar, este cão tem que abandonar o espaço que conhece e transferir-se para a residência do cego que, normalmente, é num local do país completamente diferente e, por vezes, bem distante.

Por todas estas razões, a raça escolhida em Portugal para ser utilizada como cão-guia foi o retriever do labrador. Este animal reúne todas as características fundamentais para exercer este trabalho com competência, isto é, sem pôr em causa a segurança do utilizador cego. Além disso esta raça apresenta uma natural tendência para servir o ser humano, tarefa que desempenha com alegria, o que o torna um companheiro fácil de gratificar, desinteressado, dedicado e digno de confiança.

Em Portugal

A ideia da primeira escola portuguesa de cães-guia para cegos começou a tomar forma em 1995. Nessa altura Portugal era o único país da União Europeia, sem contar com o Luxemburgo, que não dispunha desta ajuda técnica para os deficientes visuais.

Foi um projecto que resultou do empenho de Júlio Paiva, de Filipa Paiva e de João Pedro Fonseca. Cada um deles aderiu à iniciativa com a sua força de vontade e com aquilo que podia representar uma mais-valia.

A Escola Profissional Beira-Aguieira, juntamente com a Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO), a Direcção Regional de Educação do Centro (DREC)e a Câmara Municipal de Mortágua, foi uma das entidades fundadoras da escola de cães-guia.

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cao-guia.txt · Última modificação em: 2022/08/26 11:20 por amsilva