Doença ocular que afeta homens e mulheres na mesma proporção, o glaucoma é considerado um dos distúrbios mais traiçoeiros da oftalmologia, por afetar a visão lentamente, muitas vezes sem que as pessoas se dêem conta disso.
Caracterizado pelo aumento da pressão intra-ocular, pode ser causado por outros fatores, mas muitos dos sintomas não são previamente detectados pelo paciente, o que o obriga a procurar um oftalmologista.
Atualmente, cerca de 90 milhões de pessoas no mundo sofrem com o aumento da pressão intra-ocular, sendo esta a maior causa de perda da visão, ficando atrás apenas da catarata.
A doença afeta, geralmente, pessoas acima de 35 anos e a prevalência é de 1% a 3% da população mundial. Segundo a Sociedade Nacional de Prevenção da Cegueira dos Estados Unidos, uma em cada 50 pessoas com mais de 35 anos e três em cada 100 com mais de 65 anos têm glaucoma.
As pessoas que têm maior risco de sofrer do distúrbio são as diabéticas e as com familiares portadores de glaucoma. Essas pessoas devem fazer exame ocular com regularidade.
O paciente, ao se dirigir ao oftalmologista, deve solicitar a medida da pressão intra-ocular e o exame do fundo de olho para se detectarem alterações da papila ou cabeça do nervo óptico. Pacientes submetidos à cirurgia refrativa corneana devem ser examinados com um aparelho especial, pois, como a córnea teve a espessura modificada, a medida feita pelo aparelho convencional vai ser sempre uma medida mais baixa que o normal e o diagnóstico pode não ser feito.
Geralmente, não há sinais para o glaucoma. Na maioria dos casos, desenvolve-se em meses ou até em anos, sem provocar nenhum sintoma. O dano pode progredir tão lentamente que a pessoa não se dá conta da perda gradual da visão. Em geral, a visão vai piorando até que finalmente começa a afetar o próprio centro do campo visual e se estabelece a cegueira permanente.
Alguns pacientes podem experimentar sintomas vagos, que são importantes avisos de que é necessário um exame ocular completo. Esses sintomas podem envolver a necessidade de trocar com freqüência a graduação dos óculos, dificuldade para se adaptar à obscuridade, perda da visão lateral e visão baça. Se houver um grande aumento da pressão, pode haver outros sintomas como o aparecimento de halos ou arco-íris ao redor das luzes e cefaléias ou dor ocular intensa.
Quanto à recuperação, embora não haja cura, o glaucoma pode ser controlado se houver tratamento apropriado. É preciso ressaltar que o paciente deve ficar em observação e tratamento contínuos para manter controlada a pressão intra-ocular e ajudar assim a evitar a perda da visão. Caso o paciente não seja tratado adequadamente, é possível que venha a sofrer de cegueira total.
Distúrbio em que a pressão do líquido que preenche o globo ocular está anormalmente aumentada, além do que o olho pode tolerar por tempo prolongado. O aumento de pressão é causado por um acúmulo de líquido humor aquoso que circula no interior do olho. Esse acúmulo produz-se mais comumente pela obstrução do conduto pelo qual normalmente esse líquido sai do olho através do trabeculado. Nesse caso, a pressão intra-ocular vai aumentando progressivamente.
A média da pressão intra-ocular é 16 milímetros de mercúrio (mmHg), embora a faixa de normalidade seja entre 10 e 21 mmHg. No entanto, outros fatores são observados pelo médico para atestar o glaucoma.
O aumento da pressão dificulta a irrigação das células nervosas e leva à sua morte. A pressão intra-ocular aumentada pode comprimir os vasos sangüíneos que nutrem as sensíveis estruturas visuais do fundo do olho. Devido à falta de irrigação sangüínea, as células nervosas vão morrendo, provocando perda progressiva da visão e estreitamento do campo visual. Se o processo não for controlado, pode levar à cegueira.
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