Praticamente até ao fim da Idade Moderna não há notícias de que alguém se tenha debruçado sobre a escrita e leitura para os cegos, visando a sua educação, valorização, promoção social e preparação profissional.
A primeira informação que se conhece situa-se em 1784, quando Valentin Haüy funda em Paris uma escola para instruir os cegos e prepará-los para a vida.
Apologista das filosofias sensistas 1) - defensoras de que tudo depende dos sentidos -, adapta o alfabeto vulgar, traçado em relevo, a fim de que as letras fossem perceptíveis pelos dedos dos destinatários.
Também, por essa época, Charles Barbier de la Serre, um capitão de artilharia, aperfeiçoava um código através de pontos, que podia ler-se com os dedos e era usado para encobrir o segredo das mensagens militares e diplomáticas, a que chamou “escrita nocturna” ou “sonografia”.
Após várias alterações e melhoramentos, Barbier apresentou o método na instituição de Valentin Haüy.
Foi a partir deste código que Luís Braille iniciou a sua investigação, no intuito de superar as imensas dificuldades que se lhe deparavam a todo o instante e oferecer aos seus congéneres um sistema que lhes abrisse as janelas para o amplo mundo da cultura e que lhes estava vedado até então.
O Sistema Braille é constituído por 63 sinais, obtidos pela combinação metódica de seis pontos que, na sua forma fundamental, se agrupam em duas filas verticais e justapostas de três pontos cada. Estes sinais não excedem o campo táctil e podem ser identificados com rapidez, pois, pela sua forma, adaptam-se exactamente à polpa do dedo.
Na leitura qualquer letra ou sinal Braille é apreendido em todas as suas partes ao mesmo tempo, sem que o dedo tenha que ziguezaguear para cima e para baixo.
Nos leitores experimentados o único movimento que se observa é da esquerda para a direita, ao longo das linhas. Não somente a mão direita corre com agilidade sobre as linhas, mas também a mão esquerda toma parte activa na interpretação dos sinais.
Em alguns leitores a mão esquerda avança até mais ou menos metade da linha, proporcionando assim um notável aumento de velocidade na leitura.
Este processo de leitura e escrita através de pontos em relevo é usado, Benefícios do sistema Braille, em Internacionalização do braille. Trata-se de um modelo de lógica, de simplicidade e de polivalência, que se adapta a todas as necessidades dos utilizadores, quer nas línguas e em toda a espécie de grafias, quer na música, matemática, física, etc.
Um autêntico O ovo de Colombo!