Ddefinição adotada pela Primeira Conferência Mundial Hellen Keller. “Surdocegos são os indivíduos que têm uma perda substancial de audição e visão, de tal modo que a combinação das suas deficiências causa extrema dificuldade na conquista de habilidades educacionais, vocacionais, de lazer e sociais.” (Kinney, 1977, p. 21)
A Surdocegueira é uma deficiência que compromete, em diferentes graus, os sentidos da visão e audição. A privação dos dois canais responsáveis pela recepção de informações a distância afeta o desenvolvimento da comunicação e linguagem, a mobilidade, a autonomia, a aprendizagem, etc.
O Surdocego pode ser totalmente surdo e cego ou apresentar resíduos auditivos e/ou visuais. Pode ter cegueira e baixa audição; surdez profunda e baixa visão; baixa visão e audição ou ter cegueira e surdez profundas.
Vale ressaltar que, mesmo com a presença de resíduos (auditivo e/ou visual), o indivíduo pode ser considerado uma pessoa com surdocegueira. Isto acontece quando não se consegue compensar a perda visual com o resíduo auditivo, ou o contrário, a perda auditiva com o resíduo visual.
Pela análise destas características, podemos identificar o quão significativo se propõem combinações neste tópico:
“Uma pessoa com perda substancial de visão pode, ainda assim, escutar e ouvir. Outra pessoa com substancial perda de audição pode, ainda assim, ver e observar. Mas uma pessoa com perdas substanciais em ambos os sentidos, experimenta uma gama de privacidade que pode causar extremas dificuldades.” (Kinney 1977, p. 22)
Depois da argumentação conceitual de Surdocegueira, surge a necessidade de classificar a grande variedade de características que produzem um indivíduo Surdocego, principalmente sobre a ótica funcional, ou seja, ótica mais comportamental do que técnica.
Dessa forma, a Surdocegueira pode ser classificada em dois grupos: Surdocegueira pré - simbólica e Surdocegueira pós – simbólica.
Na primeira enquadram-se os Surdocegos congénitos ou aqueles que adquiriram a Surdocegueira antes da estruturação da linguagem.
Apesar da pré-linguagem ser característica fundamental nesta classificação, isto não significa que, ao nascer, um indivíduo Surdocego não apresente resíduo audiovisual, mesmo que rudimentar.
Na segunda classificação enquadra-se a Surdocegueira adquirida; Surdocegueira após a estruturação da linguagem; surdez congênita com posterior cegueira; cegueira congênita com posterior surdez em indivíduos que apresentam perdas substanciais de audição e visão.
É enorme a variedade de pessoas abrangidas sob estas amplas classificações. “Há relativamente poucas pessoas que são totalmente Surdacegas e, destas, somente uma pequena fração não possui audição e visão desde o nascimento.” (Waterhouse, 1977, p. 27)
Um surdo de nascença tem a língua gestual como a materna. Com a perda visual, o surdocego visualiza mentalmente as características de cada sinal através do movimento. Já o intérprete do surdocego, na maioria das vezes exerce também a função de guia e guia-intérprete.
A técnica Braille usa seis pontos não obrigatoriamente em relevo” para estabelecer uma comunicação, ou seja, onde houver a possibilidade de trabalhar seis pontos, a técnica Braille poderá ser usada.
Cada uma das letras do alfabeto corresponde a uma determinada posição dos dedos da mão. Trata-se do alfabeto manual utilizado pelas pessoas surdas. Apenas no caso da surdocegueira esse alfabeto é adaptado para a versão tátil.
Fabricadas em plástico sólido, as letras e os números são representados em relevo,assim como caracteres do sistema Braille. As letras e os números estão suprepostos aos caracteres Braille. O dedo da pessoa surdocega é levado de uma letra/número a outra (o) ou de um caractere a outro, estabelecendo desta forma a comunicação.
A única condição necessária para que funcione é que nosso interlocutor conheça as letras maiúsculas do alfabeto. As letras são feitas na palma da mão, ou em qualquer outra parte do corpo do surdocego. Então o dedo indicador do interlocutor ou o dedo do surdocego funcionam como uma caneta.
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