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A generalização do uso dos dispositivos móveis, aliada aos recursos de acessibilidade que os sistemas operativos oferecem aos utilizadores com necessidades específicas, constitui um avanço extraordinário na inclusão deste público, permitindo o acesso à informação, cultura, lazer, etc.

Hoje, com um smartphone é possível fazer pagamentos, enviar e-mails e mensagens curtas, aceder a um número quase infinito de aplicações para os mais variados fins, navegar na web, interagir nas redes sociais, etc.

O acesso à informação e cultura também é um fator importante, leitura de jornais, acesso a canais de rádio e TV, serviços de streaming tanto de vídeo como de áudio, e milhões de livros disponíveis na palma da mão.

Além disso, também existem aplicações e ferramentas que auxiliam as pessoas com necessidades específicas no seu quotidiano, como, p.e. identificadores de cor, dinheiro, imagens, auxiliares à navegação por GPS, localizadores de objetos, etiquetadores e leitores de códigos QR, etc.

A interação com estes dispositivos pode ser assegurada através da utilização de Leitores de ecrã, ampliadores e configurações específicas de tamanho de letra e fonte para pessoas com deficiência da visão, uso da câmara ou através de manípulos por pessoas com paralisia, sinalização por luz e sincronização com aparelhos auditivos para pessoas surdas, etc.

Isto reforça a ideia que smartphones, tablets e computadores, são recursos fundamentais de inclusão, equidade e socialização deste público específico.

Mas, para que tudo isto funcione é necessário que aplicações e sites sejam acessíveis. Os sistemas operativos, Android, iOS, MacOS e Windows, definem procedimentos e regras a aplicar no desenvolvimento das aplicações. Incorporam ferramentas, funções e “API” (interface de programação de aplicações) que possibilitam a interligação entre os recursos de acessibilidade presentes no sistema e as aplicações ou sites de terceiros.

O W3C (World Wide Web Consortium) que define as normas para a web, define também as regras a aplicar de forma a que os conteúdos, texto, imagens, vídeos, formulários, cores, fontes, sons, elementos HTML, sejam acessíveis a todos, independentemente da interface, computador, dispositivo móvel, da tecnologia assistiva e do browser.

Estas linhas orientadoras estão compiladas e explicadas num documento de referência, o Web Content Accessibility Guidelines (WCAG), sendo a versão atual a 2.1. A versão em português pode ser encontrada neste link.

Num mundo ideal, todas as aplicações e sites seriam acessíveis a todos. Mas estamos muito longe desse mundo. Embora existam normas e Legislação sobre acessibilidade digital que obriga a acessibilidade das plataformas web e aplicações, muitos desenvolvedores não as incorporam, seja por falta de conhecimento, vontade ou inércia. O resultado é que muitas aplicações, sites e serviços, mesmo tutelados pelo Estado e que deveriam, por lei, incorporar estes recursos, ou são completamente inacessíveis ou têm graves erros de acessibilidade que impedem a sua utilização em pleno.

Criar uma lista com a indicação de aplicações e sites acessíveis ou não. Isto ajudará, desde logo, o utilizador a saber se pode ou não instalar determinada aplicação ou aceder a determinado serviço.

Mas tem também um papel didático, levar a que o utilizador reclame com o responsável pelo recurso, exigindo o cumprimento da legislação, não só relativa à acessibilidade, como à lei da discriminação.

A adição à lista de aplicações ou sites totalmente acessíveis também funciona como um incentivo e um agradecimento aos desenvolvedores e organizações que se preocupam com a inclusão de todos.

Esperamos, com esta lista, motivar os desenvolvedores para melhores práticas e cuidados, tornando as suas aplicações inclusivas e acessíveis a todos.

Contamos com a colaboração de todos. Por favor, usem a área de comentários para nos indicarem aplicações, sites, etc, que sejam, ou não, acessíveis.

Nós faremos o resto!