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O que é a deficiência auditiva?

Antes de prosseguirmos, gostaríamos de salientar que o uso do termo “deficiência auditiva” no título deste texto é uma escolha controversa, considerando a atitude de muitas pessoas da Comunidade Surda. Mais do que quaisquer outros grupos de indivíduos vulgarmente chamados de “deficientes”, os surdos estão muito menos inclinados a considerar a sua condição como uma deficiência.

A surdez é mais do que uma condição médica. Para os surdos, a surdez não é um fenómeno fisiológico, é pertencer a uma comunidade, uma cultura. Neste sentido, a surdez é única entre os tipos de deficiência. O sentido da cultura é mais forte entre aqueles em que a língua gestual é o seu idioma principal.

É este vínculo linguístico, talvez mais do que qualquer outro, que une os membros desta comunidade.

Uma nota importante, tal como nem todos os cegos dominam a grafia Braille, nem todos os surdos dominam a A Língua Gestual Portuguesa. Por outro lado, sendo a língua gestual uma língua materna, existirão tantas versões quantas as línguas faladas e o seu desenvolvimento será, naturalmente, similar ao destas línguas. Ainda assim, iremos manter, propositadamente, a palavra “deficiência” neste texto, não para gerar controvérsia, mas para sublinhar o fato de que os surdos não podem ouvir conteúdos sonoros, sendo este o ponto em que entram em cena os recursos tecnológicos que aproximam as duas realidades, a língua falada e a língua gestual.

E, por favor, não troquem as denominações. Língua gestual e não linguagem gestual!

Antes de falarmos de alguns Tecnologias de apoio, recordamos que ainda é do lado humano que estão as grandes soluções para o apoio das pessoas com deficiência auditiva, sendo a tecnologia um meio, uma ajuda ou uma ferramenta para agilizar ou simplificar essas soluções. A presença de um intérprete de língua gestual é fundamental enquanto elo de inclusão entre as pessoas surdas e ouvintes, tanto na sociedade como no contexto educativo.

A comunicação

Tal como necessitamos de um intérprete se quisermos comunicar com um japonês na sua língua materna, alguém que faça a ponte entre as duas línguas, precisamos de um intérprete de língua gestual que traduza a nossa língua oral ou escrita em língua de sinais e vice-versa. Daí que este tenha de ser alguém que domina a língua gestual e a língua oral faladas no seu país, no nosso caso, a Língua Gestual Portuguesa e a Língua Portuguesa e que tenha qualificações para desempenhar a função de intérprete, ou seja, aprendeu a dominar os processos, modelos, estratégias e técnicas de tradução e interpretação.

Não é fácil! Por isso é que o intérprete deve dominar as duas línguas em questão uma vez que quando é feita uma tradução é necessário efetuar um processo mental contínuo e complexo designado processo de colonomos. Este processo consiste em receber a informação gestual/auditiva, realizar o tratamento gramatical e estrutural, e seguidamente concretizar a produção gestual/oral. É um fluxo informativo cujo processo é contínuo, ocorrendo em apenas alguns instantes.

Apesar das diferenças gramaticais e linguísticas, a informação aproxima-se o mais possível do original, exceto quando são usadas expressões idiomáticas. Neste caso traduz-se o significado. O que seria uma mensagem implícita, deve ser traduzida para o surdo de forma explícita, para que este compreenda a mensagem.

Também em contexto de sala de aula pode ser difícil traduzir conceitos, expressões matemáticas ou fórmulas químicas, por exemplo. Para resolver este problema pode ser soletrada a palavra ou recorre-se à criação de códigos gestuais entre o intérprete e o aluno.

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que-e-deficiencia-auditiva.txt · Última modificação em: 2022/07/25 18:13 por amsilva